Pular para o conteúdo principal

A descoberta do mundo, de Clarice Lispector

Clarice Lispector
Foto: Divulgação | Arte: Mirdad

Descrição extraída do site da Rocco, editora do livro:

"Os textos revelam elementos da escritora reflexiva que tanto se preocupou com a essência da alma humana. (...) Mesmo resistente a relatos autobiográficos, Clarice Lispector deixa escapar fatos mundanos e muito pessoais em suas crônicas. Da descoberta do amor ao seu comportamento impulsivo, do ato de escrever à saudade, a autora se deixava entrever em suas histórias para o jornal. A maternidade, por exemplo, é tema constante nas crônicas. As recordações de infância e adolescência são afetuosas e calorosas, incluindo repetidas declarações de amor à literatura e às primeiras leituras de Monteiro Lobato, em menina.

A qualidade literária perpassa todas as histórias, das frases sucintas aos relatos mais detalhados sobre jantares e encontros, além de impressões sobre alguns personagens que atravessam toda a sua obra, inclusive a literária, como videntes, cartomantes, empregadas domésticas, crianças e velhos. Através de suas crônicas, Clarice Lispector pôde estabelecer um elo freqüente e sincero com seus leitores, apresentando sua obra para aqueles que ainda não a conheciam, ampliando o alcance de sua trajetória, semeando uma popularidade que, desde então, não parou de crescer."


Parte I
Leia aqui
"O inalcançável é sempre azul"

-----------

Parte II
Leia aqui
"Tudo o que dá certo é normal. O estranho é a luta que se é obrigado a travar para obter o que simplesmente seria o normal"

-----------

Parte III
Leia aqui
"Se você se sente infeliz agora, tome alguma previdência agora, pois só na sequência dos agoras é que você existe"

-----------

Parte IV
Leia aqui
"O que chamo de morte me atrai tanto que só posso chamar de valoroso o modo como, por solidariedade com os outros, eu ainda me agarro ao que chamo de vida"

-----------

Parte V
Leia aqui
"O sentimento mais rápido, que chega a ser apenas um fulgor, é o instante em que um homem e uma mulher sentem um no outro a promessa de um grande amor"

-----------

Parte VI
Leia aqui
"Desculpem, mas se morre"



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Oito passagens de Conceição Evaristo no livro de contos Olhos d'água

Conceição Evaristo (Foto: Mariana Evaristo) "Tentando se equilibrar sobre a dor e o susto, Salinda contemplou-se no espelho. Sabia que ali encontraria a sua igual, bastava o gesto contemplativo de si mesma. E no lugar da sua face, viu a da outra. Do outro lado, como se verdade fosse, o nítido rosto da amiga surgiu para afirmar a força de um amor entre duas iguais. Mulheres, ambas se pareciam. Altas, negras e com dezenas de dreads a lhes enfeitar a cabeça. Ambas aves fêmeas, ousadas mergulhadoras na própria profundeza. E a cada vez que uma mergulhava na outra, o suave encontro de suas fendas-mulheres engravidava as duas de prazer. E o que parecia pouco, muito se tornava. O que finito era, se eternizava. E um leve e fugaz beijo na face, sombra rasurada de uma asa amarela de borboleta, se tornava uma certeza, uma presença incrustada nos poros da pele e da memória." "Tantos foram os amores na vida de Luamanda, que sempre um chamava mais um. Aconteceu também a paixão

Dez passagens de Clarice Lispector nas cartas dos anos 1950 (parte 1)

Clarice Lispector (foto daqui ) “O outono aqui está muito bonito e o frio já está chegando. Parei uns tempos de trabalhar no livro [‘A maçã no escuro’] mas um dia desses recomeçarei. Tenho a impressão penosa de que me repito em cada livro com a obstinação de quem bate na mesma porta que não quer se abrir. Aliás minha impressão é mais geral ainda: tenho a impressão de que falo muito e que digo sempre as mesmas coisas, com o que eu devo chatear muito os ouvintes que por gentileza e carinho aguentam...” “Alô Fernando [Sabino], estou escrevendo pra você mas também não tenho nada o que dizer. Acho que é assim que pouco a pouco os velhos honestos terminam por não dizer nada. Mas o engraçado é que não tendo absolutamente nada o que dizer, dá uma vontade enorme de dizer. O quê? (...) E assim é que, por não ter absolutamente nada o que dizer, até livro já escrevi, e você também. Até que a dignidade do silêncio venha, o que é frase muito bonitinha e me emociona civicamente.”  “(...) O dinheiro s

Dez passagens de Jorge Amado no romance Mar morto

Jorge Amado “(...) Os homens da beira do cais só têm uma estrada na sua vida: a estrada do mar. Por ela entram, que seu destino é esse. O mar é dono de todos eles. Do mar vem toda a alegria e toda a tristeza porque o mar é mistério que nem os marinheiros mais velhos entendem, que nem entendem aqueles antigos mestres de saveiro que não viajam mais, e, apenas, remendam velas e contam histórias. Quem já decifrou o mistério do mar? Do mar vem a música, vem o amor e vem a morte. E não é sobre o mar que a lua é mais bela? O mar é instável. Como ele é a vida dos homens dos saveiros. Qual deles já teve um fim de vida igual ao dos homens da terra que acarinham netos e reúnem as famílias nos almoços e jantares? Nenhum deles anda com esse passo firme dos homens da terra. Cada qual tem alguma coisa no fundo do mar: um filho, um irmão, um braço, um saveiro que virou, uma vela que o vento da tempestade despedaçou. Mas também qual deles não sabe cantar essas canções de amor nas noites do cais? Qual d